A geração de energia elétrica a partir de fontes alternativas, como a energia solar, vem sendo um assunto a cada dia mais discutido, visando a preservação dos recursos hídricos do planeta. Para além dos benefícios que essa alternativa traz para o meio ambiente, a produção de energia solar em casa também representa uma interessante economia no final do mês – no entanto, este retorno pode demorar alguns anos para acontecer.
Segundo José Aquiles Baesso Grimoni, professor do Departamento de Engenharia de Energia e Automação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), o investimento para produção de energia elétrica por meio de fonte solar ainda é alto, mas vem caindo ao longo do tempo – é o que ele chama de curva de aprendizagem tecnológica.
“Eu diria que, hoje, podemos falar em algo em torno de R$ 5 mil de investimento por kW instalado, que para uma casa que consome mensalmente 240 kWh, em São Paulo, corresponderia a um sistema de 2 kW com um custo da ordem de R$ 10 mil”, exemplifica o professor.
Por outro lado, a economia é grande: dependendo do sistema instalado, que varia de acordo com a área de telhado disponível e condições como inclinação e direção do telhado em relação ao Norte, além de fontes de sombreamento próximas, a conta de energia pode chegar até a ser zerada.
Funciona da seguinte forma: junto aos painéis fotovoltaicos, que fazem a captação da energia solar, um medidor é instalado no sistema de energia elétrica da casa. A partir dele, será calculado o quanto de energia elétrica está entrando na sua casa, para complementar aquela que é produzida pelos painéis, ou o quanto está saindo – nos casos em que a produção é tão grande que sobra e, então, é distribuída para a rede da sua cidade.
Lembrando que, nos casos em que ocorre esse excedente de energia elétrica produzida e que é injetado na rede distribuidora, o usuário recebe um crédito que pode ser utilizado para abater contas futuras por até 60 meses.
Considerando todos esses fatores sobre investimento e economia com a conta de luz, o professor afirma que a geração de energia solar em casa, atualmente, leva em torno de cinco anos para trazer retorno ao usuário. “O número final depende da tarifa de energia local da distribuidora, da radiação solar disponível no local e das condições para a instalação”, explica.
Quero gerar energia solar em casa. E agora?
Para quem se interessa por produzir energia solar em casa, o professor explica por onde começar. Primeiro, é preciso levantar os valores de consumo de energia elétrica, mês a mês, que vêm descritos na conta.
Com esses números em mãos, é possível utilizar um dos diversos simuladores, disponibilizados por sites especializados na internet, para estimar o tamanho da instalação necessária e do investimento.
Apesar das altas cifras envolvidas na instalação do sistema fotovoltaico em casa, o professor lembra: “Existem linhas de financiamento especiais de vários bancos para viabilizar a compra desses equipamentos com juros mais baixos”.
Ter uma boa área de telhado disponível, sem fontes de sombreamento e, de preferência, voltada para a face Norte, são requisitos importantes para aderir ao sistema. Hoje, já há edifícios que fazem a instalação dos painéis na cobertura do prédio ou em áreas livres para atender a área administrativa e reduzir os gastos com condomínio.
Além disso, quem mora em apartamento também pode adquirir energia de um consórcio de produção de energia fotovoltaica, que injeta a energia na rede da distribuidora e a pessoa a utiliza em seu lar. Mas José Aquiles ressalta: “Depende muito da tarifa praticada pela distribuidora e da viabilidade da usina no local, pois este sistema deve ficar em área atendida pela mesma empresa distribuidora de sua residência”.